terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Promessa reacende esperança do metrô em Belo Horizonte

26/08/2010 - Junia Oliveira - Estado de Minas

Mais uma promessa reacende a esperança do metrô em Belo Horizonte. O diretor de Planejamento, Expansão e Marketing da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Raul de Bonis Almeida Simões, informou nesta quinta-feira que a capital poderá contar com a ampliação do número de trens ou a expansão do atual ramal até a Copa de 2014. Segundo o diretor, o projeto executivo das linhas 2 (Pampulha/Savassi) e 3 (Hospitais/Barreiro) tem previsão de conclusão no primeiro trimestre de 2011. 

Qualquer intervenção para o Mundial já havia sido descartada por autoridades do município, do estado e até mesmo do nível federal. Por isso, palavras sobre um assunto que, em ano eleitoral, é um calcanhar de Aquiles para a União geram certa desconfiança. Uma das principais críticas ao governo Lula em BH é não ter investido em obras de infraestrutura fundamentais para a cidade, como o metrô, a revitalização do Anel Rodoviário e a duplicação da BR-381. 

Com a ampliação, mais 10 composições serão adquiridas, aumentando para 35 o número de trens em circulação e o atendimento dos atuais 170 mil para 250 mil passageiros por dia. Por enquanto, não há recursos garantidos. De acordo com Simões, a execução de obras está em análise entre governo do estado, Presidência da República e Casa Civil. "Estamos em fase definição de níveis de responsabilidade, mas não vejo como esses projetos não venham a ser executados, porque BH e a região metropolitana precisam do metrô", disse. Ele previu para em até 10 anos a implantação de todo o sistema.

Debates

As afirmações foram feitas durante o seminário "Desafios da mobilidade urbana na Região Metropolitana de Belo Horizonte", que ocorreu quarta e quinta-feira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Especialistas de várias regiões do país discutiram os problemas enfrentados pelas grandes cidades e apontaram algumas soluções. O diretor-geral da Agência de Desenvolvimento da RMBH, José Osvaldo Lasmar, destacou que um dos principais desafios é justamente o impasse do metrô. "Temos de avaliar como nós, a partir de parcerias público privadas (PPPs), podemos romper o impasse institucional, imposto pela falta de investimentos da CBTU", disse. 

O primeiro painel desta quinta tratou das condições de financiamento e execução de projetos alternativos para a mobilidade urbana. O grande crescimento demográfico nas últimas décadas, as condições topográficas desfavoráveis da região metropolitana e o aumento da concentração de recursos pela União, limitando os investimentos de estados e municípios em alternativas para o trânsito, foram apontados pelo subsecretário de Transportes da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, Fabrício Torres Sampaio, como fatores que afetaram a mobilidade na Grande BH.