A expansão do metrô de Belo Horizonte só não deslancha porque o Governo federal não tem vontade política em solucionar a questão e ela pode continuar no papel caso não seja aceita a proposta de Parceria Público Privada (PPP). É o que pensa o prefeito Marcio Lacerda (PSB). Irritado com a falta de providências da União para construir o metrô, ele parte para o ataque: “Na questão do metrô de Belo Horizonte faltou vontade política do Governo federal nos últimos anos.”
Para o prefeito, a solução está na mesa da Casa Civil da Presidência da República. Seria a proposta de PPP que o Governo estadual encaminhou ao federal, quando o próprio Lacerda era secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.
“Não falta projeto. O caminho mais fácil e rápido era a PPP que foi apresentada ao Governo federal há mais de dois anos”, completou. Na época, as negociações aconteceram com a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT).
Nos corredores da prefeitura, corre a informação de que a União não estaria disposta a analisar a sugestão de uma composição junto à iniciativa privada para administrar e ampliar o metrô, pois a proposta poderia trazer à tona o fantasma da privatização.
Dilma, que é pré-candidata do PT à Presidência da República, tem um discurso contrário ao tema, tendendo a um perfil mais estatizante. Como o ano é eleitoral, a proposta de PPP pode não deslanchar.
Lacerda classifica a inércia como “um trauma em Belo Horizonte”. Ele fez um alerta: se não sair a PPP, a proposta de ampliação do metrô pode ser protelada em alguns anos. “O Governo federal aceitará a PPP? Se não aceitar, a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) vai comprar alguns trens. Isto leva de dois a três anos”, afirmou.
O prefeito insiste em questionar o motivo pelo qual a União se recusa em aprovar um acordo com a iniciativa privada. “Politicamente, não vejo dificuldade do Governo federal em aprovar a PPP. Não sei o que acontece.”
O prefeito informou que, no momento, existe em curso uma negociação com a Casa Civil para que sejam liberados recursos da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2). Mas ele também disse não saber quanto vai receber.
“Temos, no PAC, R$ 18 bilhões, sendo R$ 12 bilhões de financiamento”, lembrou. “Agora, qual a cota a que Minas Gerais terá direito? Ninguém sabe.” Os recursos a que ele se refere serão destinados à melhoria da mobilidade urbana no país para receber os jogos da Copa do Mundo de 2014.
Lacerda informou que, na próxima segunda-feira, terá reunião com representantes da região metropolitana para discutir o transporte. A CBTU foi procurada pela reportagem, mas a assessoria de Imprensa disse que a direção não se manifestaria sobre o assunto.
Já a Casa Civil alegou que está disposta a apoiar o projeto do metrô. Porém, não informou o valor que pretende investir e se aceitará a proposta de PPP. A assessoria de Imprensa informou que aplicou R$ 35,3 milhões, nos últimos três anos, para manutenção. Ainda afirma que os recursos do PAC 2 serão discutidos com os municípios e estados em junho.
O metrô de Belo Horizonte conta apenas com uma linha, que liga as estações de Vilarinho, em Venda Nova, a Eldorado, em Contagem.
O metrô de Belo Horizonte conta apenas com uma linha, que liga as estações de Vilarinho, em Venda Nova, a Eldorado, em Contagem.
O trem transporta em média 150 mil usuários. Existem dois projetos para expansão do metrô, além de melhorias na Linha 1. Um prevê a construção da Linha 2, que ligaria o Barreiro ao Bairro Santa Tereza. A terceira linha faria o ramal Pampulha - Savassi e seria subterrânea. Os projetos ainda não saíram do papel.
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